Liderança em TI: 6 Obstáculos Que Travaram Minha Promoção

Desenvolvedor sênior enfrentando um conflito em reunião de equipe no escritório moderno

Você já sentiu que está preso no mesmo papel, mesmo entregando bons resultados? Por anos fui engenheiro de software sênior, acumulando conhecimento técnico, mas minha promoção parecia sempre distante. Parecia injusto. Mas, aos poucos, percebi: não bastava técnica. As barreiras que realmente travavam minha carreira estavam no comportamento, não no código.

Vou compartilhar as seis armadilhas comportamentais mais comuns que observei (e vivi) entre desenvolvedores seniores, e como você pode começar a superar cada uma. Talvez você se veja em alguma delas. A partir dessas reflexões e práticas da Mentor de Gente, decidi reescrever minha própria trajetória. É desconfortável, mas necessário.

Não é só código. É sobre pessoas.

O desafio de sair do operacional

Muitos desenvolvedores crescem sendo reconhecidos por resolver problemas técnicos complexos, apagar incêndios e garantir entregas na última hora. É quase viciante. Acontece que, ao assumir liderança, você precisa dar um passo atrás e parar de ser o único responsável por tudo.

Delegar tarefas parece perda de valor. Eu também acreditava nisso. Mas a verdade é:

Quem não delega, não cresce.

Delegar bem exige confiança no time e autogestão, tema que aprofundei depois que li sobre autogestão prática. Para começar, experimente identificar quais tarefas só você pode executar – de verdade – e quais podem ser ensinadas. No início, delegue pequenas partes. Depois, evolua para demandas estratégicas. Se errar, repasse, ajuste, tente novamente. O crescimento vem do processo contínuo.

A resistência ao feedback (principalmente o negativo)

Equipe de tecnologia em uma sala de reunião escutando feedback

Feedback nunca foi confortável para mim. Em toda retrospectiva ou one-on-one, ouvia críticas e logo pensava em me justificar.

Pesquisas recentes indicam que equipes de tecnologia têm dificuldade com cultura de feedback: não gostamos de mostrar fraquezas, principalmente no Brasil, onde o medo de ser “cancelado” pelo time é real.

Aprendi, aos poucos, que:

  • Feedback ruim não é ataque pessoal
  • Responder com justificativas fecha portas
  • Quem ouve e reflete cresce mais rápido

Testar na prática ajuda. Em uma próxima crítica, ouça, agradeça e só pergunte: “O que eu poderia fazer diferente?” Resistir é normal. Mudar a postura faz diferença.

Evitar conflitos e conversas difíceis

Se você é como eu, evita embates abertos. Prefere consertar no código, não no diálogo. Mas, na liderança, conflitos fazem parte. Não resolver conflitos pequenos pode virar bomba enorme depois.

Já deixei de dar feedback por achar que a pessoa ia ficar magoada, ou porque era mais “rápido” fazer sozinho. Depois, o clima azedou, o time perdeu qualidade e performance.

Comece pequeno: combine com alguém do time de trazer pontos para resolver de imediato, não deixar acumular. Enfrentar o desconforto reduz o impacto depois.

Dificuldade para se comunicar com diferentes áreas

Ser técnico é traduzir problemas complexos em códigos claros. Liderar implica traduzir problemas de negócios em soluções técnicas entendíveis para todos. Falar com pessoas não técnicas exige metodologia, empatia e paciência.

Ninguém te ensina isso na faculdade. Só na prática mesmo.

Já vi projetos travarem porque eu explicava tudo cheio de jargões ou detalhes que ninguém fora da tecnologia precisava saber. Só consegui avançar ao treinar explicações simples, criar diagramas menos detalhados e pedir feedback direto dos interlocutores fora da área. Ainda tropeço às vezes, confesso.

Apego ao legado (de sistemas e de postura)

Parece confortável manter sistemas que “sempre funcionaram”. Porém, estudo aponta que 86% dos desenvolvedores seniores sentem vergonha da tecnologia com que trabalham; 47,5% pensaram em pedir demissão ao lidar com ferramentas ultrapassadas.

Isso reflete na postura. O medo de sugerir mudanças reais para o time e para os sistemas impede muitos de avançar. Quem mais resiste ao novo, menos é lembrado para assumir posições de liderança em mudanças organizacionais.

Minha dica aqui é buscar sempre um balanço: conheça novas tendências, não negue o que já existe, mas esteja aberto ao aprendizado constante. Comece propondo experimentos pequenos de modernização e convide o time para participar.

Achar que só técnica basta

Desenvolvedor sentado em frente ao computador refletindo sobre carreira

Relatório recente mostra que até mesmo candidatos juniores já precisam dominar algoritmos e estruturas de dados, numa corrida pela técnica. Com tempo, esquecemos do que realmente sustenta promoções: comunicação, empatia, colaboração.

Seu conhecimento técnico te trouxe até aqui. Para subir, vai precisar de novas ferramentas comportamentais.

É o que reforçamos na Mentor de Gente: habilidades interpessoais pesam mais do que imaginamos. Liderar é conectar.

Reflita sobre o quanto você já investe em autoconfiança, gestão emocional e networking. Se a resposta for baixa, talvez esteja aí o maior travamento.

Por onde começar a romper essas barreiras

Não existe fórmula mágica. O caminho é prático. Seguem sugestões simples (nenhuma delas sem desafios):

  • Encontre alguém de confiança para trocar feedback regularmente
  • Destaque uma tarefa por semana para delegar. Só observe, sem intervir
  • Registre pequenos conflitos do dia e esforce-se para resolver um deles na semana
  • Participe de reuniões de áreas distintas para treinar o diálogo não técnico
  • Liste e compartilhe com alguém ao menos uma ideia de novidade ou modernização
  • Busque trilhas de aprendizagem sobre liderança, como na Mentor de Gente

Se seu foco é manter relevância técnica e se preparar para liderança, um bom começo pode ser aprofundar em referências sobre como manter-se tecnicamente relevante na liderança e refletir se você mesmo está, sem perceber, travando seu próximo passo.

Em suma, desenvolver soft skills é investimento contínuo para quem quer liderar, se sentir valorizado e fugir da frustração que atinge tantos desenvolvedores seniores. O desconforto inicial passa, e o resultado aparece.

Deixe o medo para trás. A liderança começa fora da zona de conforto.

Conclusão

Crescer na carreira de TI raramente depende só de técnica. Os principais obstáculos estão no comportamento, na adaptação ao novo papel e no desenvolvimento de competências relacionais. Só percebi isso quando parei de procurar cursos de tecnologia e comecei a buscar recursos para evoluir como líder, como oferece a Mentor de Gente. O autoconhecimento e a mudança de postura são as chaves para abrir novas portas. Agora é com você: dê o primeiro passo, busque ajuda e desbloqueie seu potencial de liderança. Conheça a Mentor de Gente e comece a construir a carreira que você deseja.

Perguntas frequentes sobre liderança em ti

O que é liderança em TI?

Liderança em TI é a capacidade de coordenar times e projetos de tecnologia, equilibrando conhecimento técnico e habilidades de relacionamento, como gestão de pessoas, comunicação e tomada de decisão. Um líder em TI inspira, desenvolve e apoia o crescimento dos membros do seu time.

Quais são os principais obstáculos na carreira?

Os principais obstáculos são comportamentais: dificuldade em delegar, resistência ao feedback, medo de conflitos, comunicação limitada com outras áreas, apego ao que é antigo (legado) e confiar só na técnica. Muitos desses pontos vêm de hábitos que garantiram sucesso no passado, mas atrapalham a evolução para cargos maiores.

Como posso me preparar para uma promoção?

Investir no próprio desenvolvimento comportamental, buscar feedbacks, treinar a delegação de tarefas e participar de projetos que envolvam múltiplas áreas. Cursos, mentorias e grupos de discussão sobre liderança, como os encontrados na Mentor de Gente, também são um diferencial prático para conquistar promoções.

Vale a pena investir em cursos de liderança?

Sim, especialmente quando são direcionados à realidade de profissionais de TI. Cursos focados em habilidades humanas preparam para desafios práticos da rotina e ajudam a enxergar novas oportunidades. Além disso, mostram proatividade para quem está avaliando futuras lideranças.

Como superar desafios para liderar em TI?

O caminho passa por autoconhecimento e prática constante: buscar feedback, enfrentar pequenas situações desconfortáveis, ampliar a comunicação e não se conformar com o legado apenas porque é cômodo. Ferramentas e conteúdos da Mentor de Gente são aliados valiosos nessa transformação.

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