O que aprendi com um erro que cometi com meu filho (e o que isso tem a ver com liderança)

Tem coisas que a gente só entende depois de uma bronca mal dada.

Outro dia, perdi a paciência com meu filho.
Dei uma bronca dura — daquelas que saem mais por impulso do que por consciência.
E logo percebi que tinha sido injusto.

Ele ficou chateado. E eu, arrependido.

Pedi desculpas. De verdade. Olhando no olho, sem tentar justificar.

E foi aí que algo aconteceu.

Ele se aproximou.
Me olhou com uma mistura de surpresa e alívio.
Como se, naquele pedido de desculpas, tivesse encontrado não só um pai mais humano — mas também um espaço seguro pra ser ele mesmo.

Aquela cena ficou comigo.
Porque ela me lembrou de algo essencial, que vale muito além da parentalidade:

A vulnerabilidade abre portas que a autoridade fecha.

Quantas vezes, no trabalho, a gente tenta “segurar a pose”?
Mostrar confiança o tempo todo.
Não dar espaço pro erro.
Ter resposta pra tudo.

E quantas vezes isso nos isola, sem que a gente perceba?

Já reparou como é raro alguém dizer numa reunião:

“Eu travei num negócio simples.”
“Não sei como resolver isso ainda.”
“Fui seco naquele feedback, desculpa.”

Mas quando alguém faz isso — mesmo sem saber se será bem recebido — o clima muda.

A tensão baixa.
Outras vozes se levantam.
E, de repente, um grupo de indivíduos começa a se tornar um time de verdade.

Um time se constrói na coragem de ser imperfeito

Liderar com vulnerabilidade não é “ser fraco”.
É ter força pra se mostrar humano.
Pra dizer “eu errei” sem medo de perder respeito.

E, ao fazer isso, você libera os outros pra fazerem o mesmo.

A confiança, diferente do que muita gente pensa, não nasce da perfeição.
Ela nasce da coerência.
Do gesto que mostra: “aqui, você pode ser você.”

E isso vale pra todas as relações: com filhos, colegas, liderados, líderes.

A cultura do “não demonstrar” está vencida

A gente cresceu ouvindo que “mostrar insegurança pega mal”.
Que “líder bom é o que mantém o controle”.
Que “autoridade não pode se abalar”.

Mas a vida tem mostrado o contrário.

Hoje, os profissionais mais admirados são os que criam espaço.
Os que dizem “eu também erro” com naturalidade.
Os que transformam vulnerabilidade em ponte, não em obstáculo.

Porque gente confiante de verdade não precisa fingir que é à prova de falhas.
Ela sabe que é nos bastidores da coragem que se constrói algo sólido.

O desafio: trocar a pose pela presença

Se tem algo que a parentalidade me ensina todos os dias, é isso:
Nossos erros podem nos afastar…
Mas também podem ser uma chance de aproximação — se a gente tiver coragem de assumi-los.

No trabalho, não é diferente.
Erros não precisam ser evitados a qualquer custo.
Eles podem ser convites à confiança, se forem tratados com honestidade.

A pergunta que fica é:

🧩 Você está tentando manter a pose?
Ou disposto(a) a construir presença de verdade?


E você, já viveu uma situação em que mostrar vulnerabilidade aproximou as pessoas?

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