Você sabe a importância de entender o “como” no desenvolvimento de software?

No nosso mundo de desenvolvimento de software, é fácil cair na armadilha de simplesmente executar tarefas sem compreender profundamente o contexto maior. No entanto, essa abordagem pode ser limitante e até mesmo perigosa para a carreira do desenvolvedor.

Recentemente eu estava lendo um artigo onde Moxie Marlinspike, criador do Signal, levantou uma questão interessante: metodologias como o Ágil, embora eficientes em muitos aspectos, podem criar “camadas de abstração” que distanciam os programadores de um entendimento profundo do que estão construindo.

Eu não concordo muito com ele sobre o Ágil afastar os programadores do entendimento, acredito que quando a pessoa quer, não importa o método utilizado, ela vai atrás da informação e consegue se aprofundar nos temas.

Mas, um ponto me deixou pensativo e explico um pouco mais abaixo sobre esse assunto.

Para inovar verdadeiramente, é necessário entender não apenas o “o quê”, mas o “como” e o “porquê”. Conhecer o fluxo completo da informação – de onde vem e para onde vai – permite que os desenvolvedores identifiquem oportunidades de melhoria e inovação que outros podem não ver.

Um desenvolvedor que entende o contexto completo do projeto se torna um ativo muito mais valioso para a equipe. Ele pode contribuir com insights significativos, prever problemas potenciais e propor soluções mais eficazes.

Com o avanço da IA, tarefas de codificação simples estão se tornando cada vez mais automatizadas (se não viu ainda uma menininha de 8 anos programando, procure para entender a situação em que estamos chegando).

No entanto, a capacidade de pensar criticamente, entender sistemas complexos e propor soluções inovadoras permanece um domínio humano. Desenvolvedores que cultivam essas habilidades se tornam muito mais difíceis de substituir.

Marlinspike faz uma analogia interessante com o mundo de Harry Potter, comparando o entendimento profundo do software à “magia” capaz de “mudar o mundo”. E ele tem razão. Quando realmente entendemos como as coisas funcionam, ganhamos o poder de transformá-las de maneiras significativas.

Resumindo a história, na minha visão, os desenvolvedores que se destacarão serão aqueles que vão além do código, buscando entender profundamente os sistemas que constroem. Isso não apenas os torna mais valiosos e resilientes à automação, mas também os capacita a serem verdadeiros agentes de inovação e mudança.