Quando um desenvolvedor é promovido a líder, a sensação é de reconhecimento. Às vezes, de vitória. Muitos acreditam que basta saber muito de código e arquitetura para liderar times de tecnologia. Mas se tem algo que o tempo mostra, é que apenas a técnica raramente resolve o desafio da liderança.
Surpreendente ou não, muitos devs caem em armadilhas comuns nesse caminho. E olha, quem já passou por isso talvez até sorria de canto com algumas histórias que aparecem por aí.
O mito do domínio técnico: basta ser “o melhor dev” para liderar?
É tentador pensar assim. O raciocínio parece lógico: “Eu sou o mais rápido, sei mais frameworks, nunca deixo bugs passarem, então liderar será uma extensão disso, certo?”. Só que não.
De acordo com a reportagem do R7, em uma era onde inteligência artificial cresce exponencialmente, soft skills como comunicação e empatia tornaram-se tão valiosas quanto o conhecimento técnico. É uma virada silenciosa no mercado, mas que já faz muita diferença na prática.
Só saber programar não faz ninguém líder.
Talvez, ao conversar com colegas, você já tenha ouvido relatos assim:
- “Meu líder novo só fala de stack, mas não ouve o time.”
- “Perdemos prazos porque ninguém se entende, mesmo sendo todos sêniores.”
- “Ele corrige o código até nos detalhes mínimos, mas nunca dá feedback claro.”
Erros recorrentes: os tropeços de quem veio do código
Priorizar tarefas em vez de pessoas
O novo líder técnico, muitas vezes, acredita que deve manter o mesmo ritmo de entrega individual. Entretanto, ao se focar só no checklist de tarefas, esquece de perguntar: como o time se sente? Quem precisa de suporte? Já ouviu alguém dizendo “meu líder só cobra prazo, mas não sabe quem está sobrecarregado”?
Quando descuidamos desse olhar coletivo, abrimos espaço para ruídos. Comunicação vai pro espaço, empatia vira artigo raro.
Delegar sem realmente delegar
Outro erro comum? Querer controlar tudo. O antigo dev, agora gestor, sente que precisa opinar ou revisar cada linha de código, centralizar todas as decisões, resultado: microgerenciamento. Isso sufoca o time e gera insegurança.
Um analista da área contou, durante uma mentoria da Mentor de Gente, que só percebeu esse erro quando um membro da equipe pediu para “ser tratado como adulto”. Simples, né? Mas fácil de esquecer no dia a dia.

Evitar conversas difíceis
Dar feedbacks. Tratar conflitos. Conversar sobre expectativas. É desconfortável, claro. Porém, fugir desses diálogos, esperando que os problemas “se resolvam sozinhos”, geralmente piora tudo. Diversos líderes técnicos relatam que passaram meses ignorando tensões até a produtividade do time cair, e, aí, resolver levou muito mais esforço.
Aliás, temos um conteúdo na Mentor de Gente sobre como construir uma cultura de feedback em times ágeis, que aprofunda bastante esse aspecto.
Falta de visão do contexto
Às vezes, o líder técnico entra no modo automático e esquece que os desafios do time não são apenas técnicos. Falta de alinhamento, objetivos pouco claros, rotação alta de pessoas, tudo isso impacta muito mais do que a tecnologia em si.
Distanciar-se do time remoto
No atual cenário de trabalho remoto ou híbrido, a liderança exige ainda mais intencionalidade. Sentir o pulso do time à distância não é fácil. Ao ignorar ferramentas de comunicação, rituais online e alinhamento constante, líderes sem experiência se veem “perdendo o time de vista”.
No artigo sobre liderança em times remotos, há dicas práticas para manter a conexão no digital.
A habilidade humana virou diferencial no mundo digital.
Por que as soft skills são o que mudam o jogo?
De acordo com a matéria do R7, empresas já consideram que resultados só aparecem com equipes alinhadas, dialogando e colaborando. Quem sabe ouvir, adaptar linguagem, gerir conflitos e estimular crescimento coletivo vai mais longe. Inclusive, há formas de se manter tecnicamente relevante mesmo exercendo a liderança, mas sem esquecer das relações humanas.
Os principais diferenciais das soft skills para líderes devs
- Escuta ativa: Entender o que não é dito no Slack.
- Empatia: Saber que nem todo dev aprende igual.
- Comunicação clara: Falar sem “tecniquês” quando precisa, deixar o objetivo simples.
- Capacidade de delegar: Confiar no time, não controlar tudo.
- Gestão de conflitos: Atuar antes que pequenas divergências virem crises.
Curiosamente, muitos líderes relatam que começaram a ver resultados reais só quando deram espaço para essas habilidades. Em um dos relatos recebidos pela Mentor de Gente, uma ex-desenvolvedora contou como, ao parar de tentar opinar em todas as tarefas e passar a perguntar mais e ouvir de verdade, viu o clima do time mudar, e entregas melhores acontecerem.

Como ampliar o olhar além do código
Aprender a liderar times é sair da zona de conforto técnica. É entender que, por vezes, a “stack” mais desafiadora é mesmo a das emoções e das relações.
- Buscar mentorias e formação focada em soft skills. Trilhas como as oferecidas pela Mentor de Gente podem acelerar esse desenvolvimento.
- Pedir feedback ao próprio time. Às vezes, ouvindo um “você poderia delegar mais” já abre portas para ajustes efetivos.
- Estudar boas práticas de liderança em TI. O artigo de programador a líder traz situações comuns e atalhos para essa transição.
Histórias reais para provar o ponto
Uma dev relatou à Mentor de Gente: “No começo eu queria resolver tudo sozinha. Meu time sentia que não confiava neles. Depois que comecei a ouvir mais, delegar, a entrega foi muito melhor.”
Outro caso: um líder remanescente do time sentiu o impacto de não tratar rapidamente um pequeno conflito. “Deixei pra lá, achei que era só uma fase, mas depois desgastou demais. Se eu tivesse conversado antes, teria evitado problemas maiores.”
A transição é do IDE para a sala de reuniões, mas principalmente do técnico para o humano.
Conclusão: Liderar é ir além do código
Virar líder não significa abandonar totalmente o universo técnico, mas sim adicionar mais camadas de habilidade ao perfil. Entender pessoas, contextos, detalhes da comunicação: essa é a programação invisível que sustenta times inovadores.
Se você está nesse momento de carreira, ou busca crescer, considere investir em trilhas e mentorias com foco em habilidades humanas. A Mentor de Gente tem justamente esse compromisso, transformar devs em líderes que inspiram, não apenas que comandam. Conheça nossos cursos, mentorias e materiais exclusivos para fazer sua liderança deslanchar e seu time atingir resultados surpreendentes.
Perguntas frequentes
Quais os principais erros ao liderar times?
Alguns erros comuns são: focar apenas em tarefas técnicas e esquecer das relações, microgerenciar demais, evitar conversas difíceis, não dar feedback suficiente, delegar de maneira inadequada e não entender as necessidades individuais do time.
Como evitar conflitos em equipes de devs?
O ideal é criar um ambiente onde todos possam se expressar abertamente e tratar as divergências como naturais do processo. Praticar escuta ativa, investir em comunicação clara e desenvolver uma rotina de feedback ajudam a identificar e resolver tensões antes que cresçam.
Liderança técnica é suficiente para gerir times?
Não. Conhecimento técnico é importante, mas liderar envolve muito mais: entender pessoas, estimular colaboração, resolver conflitos e criar propósito no dia a dia. Técnicos experientes podem se destacar como líderes, mas só se cultivarem também as soft skills.
O que é liderança além da técnica?
Vai além de orientar tecnicamente: liderança significa inspirar, motivar, acompanhar a evolução do time e garantir que as relações sejam saudáveis e produtivas. Também envolve tomada de decisão ética, empatia e capacidade de adaptação.
Como desenvolver habilidades de liderança em devs?
Buscar mentorias, participar de treinamentos, consumir conteúdos sobre soft skills e praticar no dia a dia são caminhos. Observar bons líderes, pedir feedbacks sinceros, ler sobre o tema e contar com soluções formativas como as da Mentor de Gente fazem diferença no crescimento da liderança.



