Às vezes meus posts são vistos por menos de 30 pessoas.
Nenhum like. Nenhum comentário. Nenhuma mensagem.
Dá uma pontada.
A sensação é de estar falando com o vazio.
Mas aí eu respiro fundo e lembro:
Eu não escrevo por validação.
Escrevo por propósito.
A verdade é que estamos vivendo uma transição silenciosa, mas profunda, no mundo do trabalho — especialmente no setor de tecnologia. Um setor conhecido por valorizar o desempenho técnico, a objetividade e a entrega rápida… mas que agora começa a sentir, na pele, o custo da negligência emocional.
Burnout, ambientes tóxicos, rotatividade, desmotivação.
Tudo isso vem de algo que nunca foi ensinado nas faculdades de engenharia ou ciência da computação: habilidades humanas.
E agora isso deixou de ser “soft”.
Virou exigência legal.
Com a atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora 1), publicada pelo Ministério do Trabalho, empresas são obrigadas a considerar fatores psicossociais como parte do risco ocupacional. Ou seja: cuidar da saúde mental, do clima emocional e dos relacionamentos no trabalho não é mais um “plus” – é norma.
O que isso tem a ver com os meus posts?
Tudo.
Porque cada vez que escrevo sobre empatia, comunicação, escuta, gestão emocional, liderança humanizada… eu estou tentando acender uma luz num lugar que sempre foi deixado de lado na área técnica: o lado humano.
Mesmo que poucas pessoas leiam.
Mesmo que ninguém reaja.
Porque a consistência não é sobre viralizar.
É sobre se tornar referência com o tempo.
É sobre provar que você está aqui para construir, não para se exibir.
E se um único profissional de tecnologia repensar seu jeito de liderar por causa de um post meu — valeu.
Se um único time adotar uma prática de feedback mais consciente — valeu.
Se uma única empresa repensar como cuida da saúde emocional dos seus colaboradores — valeu.
Publicar é um treino de coragem, paciência e visão.
É sobre plantar sementes no escuro, confiando que uma hora algo vai florescer.
Então, se você também está nessa jornada — de defender algo que ainda não é popular, de falar sobre o que muitos evitam, de continuar mesmo sem retorno imediato — saiba: você não está sozinho.
Tem algo em que você acredita tanto, que continuaria mesmo no silêncio?